Hemograma Completo

Monócitos Baixos (Monocitopenia): O que significa?


A primeira coisa a se observar é que quando os valores de monócitos estão baixos, o paciente esta na condição a qual é chamada de monocitopenia.

A contagem de monócitos é uma medida do número de monócitos no sangue periférico e faz parte do hemograma completo, um exame de rotina que avalia a saúde do paciente. Quando a contagem de monócitos é baixa, significa que o número de monócitos no sangue está abaixo do normal.

Uma contagem baixa de monócitos é conhecida como monocitopenia e pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções virais ou bacterianas, doenças autoimunes, quimioterapia, radioterapia, doenças do sangue, entre outras ou seja, em resumo, significa que o sistema imunológico da pessoa está enfraquecido.

O valores de referência:

O valor de referência (normalidade) para os monócitos é de 200 a 1000 por milímetro cúbico de sangue, que corresponde a 2 a 10% do total de leucócitos (4000 a 10000/mm3).

Em alguns casos, a monocitopenia pode não apresentar sintomas, mas em outros pode resultar em infecções frequentes ou recorrentes.

Ter uma contagem de monócitos baixa, pode ser um indicativo de uma variedade de problemas de saúde, mas não necessariamente é algo grave. O significado clínico da monocitopenia depende de varios outros fatores, como a gravidade da doença subjacente e a resposta do sistema imunológico.

Em alguns casos, a monocitopenia pode ser apenas uma condição temporária e não afetar a saúde do paciente. Por exemplo, a contagem de monócitos pode ser baixa em uma pessoa que se recuperou recentemente de uma infecção viral.

No entanto, em outros casos, uma contagem de monócitos baixa pode afetar a capacidade do sistema imunológico de combater infecções e tornar o paciente mais suscetível a desenvolver doenças infecciosas.

Portanto, é necessário que um profissional de saúde avalie a contagem de monócitos em conjunto com outros resultados do exame e com informações sobre a história clínica do paciente para chegar a um diagnóstico preciso e indicar o tratamento adequado, se necessário.

Algumas condições que podem causar monocitopenia (monócitos baixos).

● Infecções bacterianas crônicas, como tuberculose, endocardite bacteriana, osteomielite e infecções de pele

● Doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal

● Distúrbios linfoproliferativos, como leucemia linfocítica crônica, linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin

● Infecções virais, como mononucleose infecciosa, citomegalovírus e infecções por HIV

● Doenças inflamatórias crônicas, como sarcoidose, doença de Crohn e colite ulcerativa

● Alguns medicamentos e toxinas também podem causar monocitose, como corticosteroides e alcoolismo crônico.

Lembrando que a monocitose não é um diagnóstico em si, mas um sinal de alerta para investigação adicional de uma possível condição subjacente.

Mas o que são monócitos?

Bom, monócitos são um tipo de glóbulo branco (leucócitos) presentes no sangue. Eles são produzidos na medula óssea e desempenham um papel importante no sistema imunológico, ajudando a combater infecções e doenças.

São considerados células fagocitárias, o que significa que são capazes de engolfar e digerir microrganismos invasores e outras substâncias estranhas ao organismo. Eles também podem ajudar a ativar outras células do sistema imunológico, incluindo linfócitos e macrófagos.

Os níveis de monócitos no sangue podem ser medidos por meio de exame de sangue , como o hemograma completo, onde valores altos ou baixos podem indicar uma variedade de condições médicas, incluindo infecções bacterianas ou virais, doenças autoimunes, câncer e distúrbios sanguíneos.

Qual o exame indicado par identificar a diminuição dos níveis de monócitos no sangue?

Bom, a contagem de monócitos é medida em um hemograma completo, que é um exame de sangue de rotina que inclui a contagem de células sanguíneas, como glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. Portanto, o hemograma completo é o exame que pode identificar a diminuição dos níveis de monócitos no sangue, e descobrir se o paciente possivelmente possa estar com a condição a qual é chamado de monocitopenia.

Existem três tipos principais de células presentes no sangue humano

1 – Glóbulos vermelhos (eritrócitos): são células responsáveis por transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo. Eles contêm hemoglobina, uma proteína que se liga ao oxigênio.

2 – Glóbulos brancos (leucócitos): são células que desempenham um papel fundamental no sistema imunológico, ajudando a combater infecções e doenças. Existem vários tipos de glóbulos brancos, incluindo linfócitos, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos.

3 – Plaquetas (trombócitos): são fragmentos celulares que ajudam a controlar o sangramento, formando coágulos sanguíneos quando necessário.

Essas três células sanguíneas são produzidas na medula óssea, um tecido esponjoso localizado no interior dos ossos., e a presença ou ausência de cada tipo de célula e seus níveis no sangue podem ser avaliados por meio de exames de sangue específicos

Monócitos Baixos: tratamento

O tratamento para monócitos baixos dependerá da causa subjacente. Pois algumas possíveis causas de baixos níveis de monócitos incluem infecções virais ou bacterianas, doenças autoimunes, doenças do sangue, exposição a certas toxinas ou medicamentos, e certos tipos de câncer.

E para determinar a causa subjacente da contagem baixa de monócitos, é importante consultar um médico e realizar outros exames complementares além é claro, do hemograma completo.

O tratamento para monócitos baixos pode variar de acordo com a sua condição, mas pode incluir terapia medicamentosa, como antibióticos para infecções, tratamentos para doenças autoimunes ou quimioterapia no caso de câncer.

Como Identificar o Monócito?

Para você que ama análises clínicas, confira o vídeo da Thaís Medeiros, Biomédica especialista em Hematologia, onde a mesma explica de forma simples e clara de como identificar um Monócito.

Canal da Biomédica Thaís Medeiros: @hematologianabancada

Saiba mais:

Síndrome de MonoMAC

A Síndrome de MonoMAC (Monocytopenia e Mielopatia Atípica) é uma doença genética rara que afeta o sistema imunológico e a medula óssea. É caracterizada por uma diminuição no número de monócitos no sangue e por uma mielopatia atípica, que é uma alteração na formação e maturação das células sanguíneas na medula óssea.

Os monócitos são um tipo de célula branca do sangue que desempenham um papel importante na resposta imune do corpo a infecções bacterianas, fúngicas e virais. Na Síndrome de MonoMAC, a baixa contagem de monócitos torna o indivíduo mais vulnerável a infecções e outras complicações de saúde.

Além disso, a mielopatia atípica pode levar a anemia, plaquetopenia (baixa contagem de plaquetas), neutropenia (baixa contagem de neutrófilos) e outras anormalidades na formação de células sanguíneas.

A Síndrome de MonoMAC é causada por mutações em um gene chamado GATA2, que é responsável por produzir uma proteína que regula a formação e função de células sanguíneas e imunológicas. A doença pode ser hereditária e, em alguns casos, também pode ocorrer como uma mutação nova em um indivíduo sem histórico familiar da doença.

Não há cura para a Síndrome de MonoMAC, mas o tratamento envolve o gerenciamento das complicações de saúde associadas à doença, como infecções, anemia e baixa contagem de plaquetas. O tratamento também pode incluir transplante de medula óssea em casos graves.

Linfoma de Hodgkin

O Linfoma de Hodgkin pode levar à diminuição dos níveis de monócitos no sangue (monócitos baixos).

Isso pode ocorrer como resultado de vários fatores, incluindo a invasão do sistema linfático pela célula do linfoma, a produção de citocinas inflamatórias pelos tumores e a supressão da medula óssea pelos tratamentos.

Mas, é importante destacar que a diminuição dos níveis de monócitos no sangue não é uma característica específica do linfoma de Hodgkin e pode ocorrer em várias outras condições, como já cita acima.

Sendo necessário realizar uma avaliação clínica completa para determinar a causa específica da diminuição dos níveis de monócitos no sangue.

O linfoma

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico do corpo.

É caracterizado pela presença de células de Reed-Sternberg, células anormais grandes e anômalas, no tecido linfático afetado.

Essas células de Reed-Sternberg são um tipo específico de células tumorais que são distintas de outras células cancerígenas encontradas em outros tipos de linfomas.

O linfoma de Hodgkin pode afetar qualquer idade, mas é mais comum em jovens adultos entre 20 e 40 anos e em pessoas acima de 55 anos. Os sintomas podem incluir inchaço dos gânglios linfáticos, fadiga, febre, sudorese noturna e perda de peso inexplicável.

Existem vários subtipos de linfoma de Hodgkin, com base em características específicas das células cancerosas e outros fatores.

O tratamento geralmente envolve quimioterapia, radioterapia ou uma combinação de ambos, e o prognóstico geralmente é bom, especialmente se o linfoma é diagnosticado e tratado precocemente.

No entanto, o tratamento pode ser mais desafiador em casos mais avançados ou em subtipos menos comuns de linfoma de Hodgkin.

Referências:

Robbins, S. L., Kumar, V., Abbas, A. K., & Aster, J. C. (2018). Robbins e Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças (10a ed.). Elsevier.

American Society of Hematology. (n.d.). Monocytosis. https://www.hematology.org

MedlinePlus. (2022). Monocytosis. https://medlineplus.gov/

National Institutes of Health. (2022). Monocytosis. https://rarediseases.info.nih.gov/

World Health Organization. (2017). WHO Classification of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues (Revised 4th edition). https://publications.iarc.fr/